O projeto “Para Incluir”, realizado pelo Departamento de Educação Física da PUC-Rio com o apoio do Instituto Pro Bono Brasil, está redefinindo os limites do que significa inclusão e superação. O projeto não só oferece a crianças com deficiência uma plataforma para prática desportiva inclusiva, mas também se destaca como um poderoso antídoto contra o preconceito, integrando jovens de todas as habilidades em uma celebração única de capacidade física e resiliência emocional.
Segundo o censo do IBGE, 45,6 milhões de brasileiros se declaram portadores de alguma deficiência. Frente a esse contexto, o festival esportivo “Para Incluir” surge como uma resposta robusta, proporcionando não apenas a participação em atividades físicas adaptadas, mas também a integração social e o fortalecimento da autoconfiança. O evento atrai a participação de dezenas de escolas públicas e privadas dos bairros da Rocinha, Gávea e São Conrado, evidenciando seu amplo alcance e impacto.
Renato Ferreira, professor da PUC-Rio e idealizador do projeto, observa o impacto profundo do evento:
“Vemos crianças que chegam tímidas, algumas em cadeiras de rodas, outras com dificuldades de visão ou audição, e todas saem mais fortalecidas, mais alegres. É uma verdadeira festa de inclusão, talento e superação.”
A empatia é um pilar central do “Para Incluir”. Uma das iniciativas mais transformadoras do festival envolve crianças sem deficiência participando de atividades como futebol vendado e basquete em cadeiras de rodas. Esses exercícios não apenas desafiam suas percepções normais, mas também lhes permitem vivenciar, mesmo que brevemente, os desafios enfrentados por seus colegas com deficiências.
“Ao colocar essas crianças em situações de mobilidade ou percepção limitadas, promovemos uma compreensão mais profunda e genuína do que é viver com uma deficiência”, explica Daniel Gil, colaborador e entusiasta da iniciativa: “Essa experiência tem um poderoso efeito desestigmatizante, ajudando a desfazer preconceitos e fomentar uma comunidade mais inclusiva.”
Além disso, o evento fortalece os laços comunitários, demonstrando que o esporte pode ser um veículo de transformação social. A participação de várias organizações locais e o apoio da comunidade têm sido cruciais para o sucesso do “Para Incluir”.
À medida que o projeto cresce, a esperança dos organizadores é que “Para Incluir” sirva como modelo para outras comunidades, inspirando iniciativas similares por todo o país. A mensagem é clara e poderosa: nenhuma barreira é grande demais quando a comunidade se une pelo bem comum.